sábado, 26 de março de 2011

SUBMARINOS

O Ministério Público solicitou às autoridades alemãs informações sobre Paulo Portas e outras pessoas que estiveram envolvidas no negócio da compra de submarinos à empresa Ferrostaal.
O submarino Tridente, na base naval do Alfeite O submarino Tridente, na base naval do Alfeite (Daniel Rocha/arquivo)

A informação é veiculada pela revista "Visão", que, na sua edição desta quinta-feira, refere uma carta rogatória remetida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e dirigida às autoridades alemãs que investigam suspeitas e corrupção relacionados com os negócios da Ferrostaal.

A empresa terá pago avultados subornos em vários países, sempre com contratos de fornecimento de materiais e maquinaria de origem alemã. A investigação foi aberta há dois anos pela procuradoria de Munique, entidade à qual foi dirigido o pedido dos magistrados do DCIAP que investigam o caso da compra dos submarinos pelo Estado português, negócio que foi conduzido pelo líder do CDS-PP na altura em que era ministro da Defesa.

Segundo a "Visão", o pedido de informações inclui, além de Portas, um vasto rol de outras personalidades ligadas ao processo que levou à decisão de adjudicar aos alemães a compra daquele material e Guerra.

Entre os nomes citados estará Pedro Brandão Rodrigues, que presidiu à comissão que negociou as polémicas contrapartidas associadas ao contrato e é actualmente deputado do CDS. Também Bernardo Carnall, então responsável do Ministério da Defesa para a área financeira, o advogado Bernardo Ayala, que assessorou o ministério, Corrêa Figueira, representante da Ferrostaal no nosso país, e o ex-cônsul honorário de Portugal em Munique, Jurgen Adolff, fazem parte da lista de personalidades sobre as quais foi pedida informação relacionada com a investigação da justiça alemã, no âmbito da qual foi apreendida vasta documentação relacionada com os supostos subornos da Ferrostaal.

Os magistrados do DCIAP, que há cerca de cinco anos investigam o negócio dos submarinos, acreditam que entre os documentos já analisados pelos seus colegas de Munique poderão existir pistas que permitam deslindar o destino que foi dado aos cerca de 30 milhões de euros pagos, em várias tranches, pelo consórcio que forneceu os submarinos com destino a Portugal.

Segundo os investigadores alemães, os montantes foram canalizados para uma empresa do universo do Grupo Espírito Santo, a ESCOM, tendo depois transitado para sociedades localizadas nos paraísos fiscais das Bahamas e Ilhas Cayman. Os investigadores apontam para a coincidência de datas, ao longo do ano de 2004, entre parte significativa daquelas transferências financeiras e depósitos em numerário numa conta do CDS totalizando mais de um milhão de euros.

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